A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) confirmou na última quarta-feira (18), que a lesão sofrida pelo atacante Neymar no jogo contra o Uruguai pelas Eliminatórias da Copa causou o rompimento do ligamento cruzado anterior e do menisco do joelho esquerdo atleta.
Na ocasião, ele deixou o gramado chorando e foi visto saindo do estádio, em Motevidéu, com o auxílio de muletas.
Essa é a segunda lesão do craque só no ano de 2023. Em março, o jogador passou por uma cirurgia no tornozelo para uma reparação ligamentar em Doha, no Catar.
O médico ortopedista Eduardo Ramalho, que é especialista em joelho e trauma esportivo explica que o que são as lesões de LCA e menisco no joelho sofridas pelo craque.
“O LCA é o ligamento cruzado anterior do joelho que é responsável pela estabilidade anterior e anterolateral do joelho que são importantes em atividades em que se tem muita rotação de joelho, paradas bruscas e estão muito ligados à prática esportiva. Já os meniscos são estruturas internas, são responsáveis pela absorção do impacto desse joelho e também melhora a relação do fêmur com a tíbia, promovendo estabilidade também”, explica.
A entidade não confirmou a data em que a cirurgia será realizada, mas afirmou que será “em breve”. O Ah-Hilal, clube de Neymar, também acompanha de perto a situação.
“A cirurgia é feita de maneira artroscópica. Ou seja, por câmeras. Uma câmera é colocada dentro do joelho e por equipamentos especiais a gente consegue remover esse ligamento lesionado [no caso do LCA]. No caso de uma lesão parcial, a gente mantém a parte que não machucou e reconstrói a outra parte do ligamento. São usados enxertos na reconstrução do ligamento, que a gente usa do próprio paciente. Em atletas de alto nível geralmente são feitos do tendão patelar com plug ósseo da tíbia e da patela”, pontuou.
No caso da lesão do menisco, o modo cirúrgico é diferente, ainda que também seja realizado por artroscopia. “A gente opta pelo reparo da lesão do menisco, são dados pontos no menisco para ele cicatrizar e ficar no lugar”, diz Eduardo.
A recuperação desses casos, ainda mais em atletas de alto nível como é o caso de Neymar leva mais de 6 meses, obrigando o paciente a ficar fora da prática de atividade física com foco total em sessões de fisioterapia.
“De maneira geral, o pós-cirúrgico é satisfatório. Os atletas conseguem voltar ao seu nível pós-lesão somado com a fisioterapia intensa depois”, finaliza.
Neymar não jogará mais essa temporada com a camisa do time saudita Al-Hilal e estará fora dos compromissos com a Seleção Brasileira.